Em Matemática Financeira estudamos dois sistemas norteadores das capitalizações: sistema de juros simples e sistema de juros compostos. Ambos sistemas têm suas aplicações comerciais, contudo o sistema composto é mais abrangente. Em juros simples, a taxa de juros sempre incide sobre uma mesma base, ou seja, sobre um mesmo capital, assim sendo, os juros serão constantes, e o crescimento do montante será linear. Por sua vez, em juros compostos, a taxa de juros é incidente inicialmente sobre um capital inicial, após isso, passa a incidir sobre o capital + juros. Temos então o efeito dos juros sobre juros, ou efeito bola de neve: a taxa de juros começa a incidir sobre os juros da aplicação do período anterior. O crescimento do montante passa a ser então exponencial. Por exemplo, um capital inicial de 1.000 reais, considerando uma taxa de 10% a.m., no primeiro mês, em juros simples, torna-se 1.100, no segundo mês 1.200, no terceiro mês 1.300, e assim sucessivamente. Já em juros compostos, considerando a mesma aplicação e a mesma taxa, o crescimento do montante assim funcionaria: 1.100, 1.210, 1.331…(notou a diferença?), evidenciando um crescimento geométrico.
Nas operações de cartão de crédito, por exemplo, o ideal é sempre pagar o saldo devedor total. Se rolarmos a dívida, os juros são altos, e rolando sucessivamente os débitos, eles podem vir a se tornarem impagáveis: é o efeito dos juros compostos! O problema do cartão de crédito não é seu uso, mas como vc paga o que compra.
No estudo da Matemática Financeira nas faculdades, regra geral, se começa a estudar os juros simples e descontos simples. Seria uma espécie de introdução de conceitos, como juros, prazo e taxas de juros, capital e montante. O cuidado em manter uma mesma base do prazo com a taxa de juros é fundamental já nesse sistema, quanto mais em juros compostos. Talvez em juros simples eu ache interessante o estudo dos Descontos Simples. Ali passamos a entender a incidência da taxa, seja sobre o valor do título, ou seja sobre o valor líquido recebido: estamos falando respectivamente de Desconto Comercial e Racional.
Passando para juros compostos, entramos nas séries uniformes de pagamentos, postecipadas, antecipadas e diferidas. Depois disso, alguns professores exigem o estudo das equivalências de capitais, e para finalizar, o que eu entendo um dos itens mais importantes para se estudar em Matemática Financeira, seria os sistemas de amortização: Price e SAC.
Tentei aqui fazer uma pequena introdução do estudo da Matemática Financeira em faculdades de Administração, Economia e Ciências Contábeis por esse Brasil. O ideal, é o aluno pegar bem a matéria desde o começo, não deixando acumular. O treino com listas de exercícios é fundamental. Assim como em Cálculo que, se o aluno perder a sequência, acaba repetindo a disciplina. Era isso.